Aperte o play em sala para não dar game over na prova

Imagine-se dentro de um jogo. Pode ser de diferentes gêneros: simulador, realidade virtual, RPG, sobrevivência, educacional etc. O que torna este jogo divertido é o mecanismo interno da mente humana que nos permite interagir e aprender num ambiente simulado. O desenvolvimento dos jogos e o progresso tecnológico dos últimos anos possibilitou criar novas alternativas de aprendizagem que estão impactando profundamente a educação.
Um estudo realizado pela Microsoft em 2015, no Canadá, apontou que no ano de 2000 a capacidade de atenção humana era, em média, de 12 segundos. Em 2013, este número despencou para oito segundos, ou seja, nossa capacidade de concentração está sendo diminuída, e isso é fruto do uso frequente de dispositivos digitais. Em contrapartida, o estudo diz que as pessoas mais envolvidas tecnologicamente têm melhor capacidade de transformar informação em memória.
Dentro de sala, os jogos são usados como ferramenta de e às aulas, pois permitem treinar, aprender, ensinar e identificar elementos que não seriam facilmente apreendidos com métodos tradicionais, mais utilizados no dia a dia. Além disso, metodologias que usam jogos podem ser grandes motivadoras do processo ensino-aprendizado do aluno.
Esses foram alguns dos assuntos discutidos na fala de Cleber Bianchessi, aluno de Mestrado em Educação e Novas Tecnologias da Uninter, durante o 24° Congresso Internacional ABED de Educação a Distância, realizado no último dia 4 de outubro, em Florianópolis (SC). O título do trabalho que ele apresentou é “Aprendizagem baseada em games: um relato de experiência no ensino de história”. O trabalho de Cleber, que também é professor da rede pública de ensino, surgiu de uma experiência de sala de aula com seus alunos.
“A relação com as novas tecnologias é uma realidade em qualquer lugar onde estamos inseridos, principalmente para um jovem do ensino médio. Aplicar as novas tecnologias em sala de aula traz um ganho significativo para o aluno, estimulando a aprendizagem”, explica Bianchessi. Sua intenção para os próximos anos é de que todas as escolas insiram a metodologia de ensino com games em sala de aula. “Algumas escolas, municipais, estaduais e particulares, trabalham com temas específicos em games com os alunos”, complementa.
Este modelo de ensino vem ganhando força. Colocar o aluno para desenvolver atividades práticas com diversos tipos de experimentos facilita ainda mais o processo de desenvolvimento do intelecto humano. “Eu trabalhei com meus alunos o aplicativo Kahoot, que ajuda a desenvolver a criatividade em uma série de coisas, como, por exemplo, despertar a atenção do aluno do mundo virtual para o mundo real com uma série de histórias”, diz Cleber.
O trabalho do acadêmico é orientado pelo professor do Mestrado em Educação e Novas Tecnologias da Uninter, Ademir Aparecido Pinhelli, que também esteve presente no congresso. “Muito se discute em sala de aula sobre o uso das ferramentas digitais para o bem, então, se todas as escolas adotassem essa ideia, viria uma grande transformação social”, diz Pinhelli.
Autor: Gabriel Bukalowski - Estagiário de JornalismoEdição: Mauri König / Revisão textual: Jefferson Ferro
Créditos do Fotógrafo: Arquivo pessoal